Normalmente vistas com uma aura sombria, as plantas carnívoras são plantas geralmente originárias de ambientes pobres em nutrientes, que são capazes de atrair e capturar insetos e outros pequenos animais para armadilhas e obter nutrientes à partir da digestão dos mesmos por meio de enzimas.

A melhor forma de cuidar da sua planta carnívora é tentando imitar o seu habitat natural. De modo geral, essas plantas não apresentam problemas no cultivo desde que sejam dadas as condições básicas de água, luz, temperatura e umidade. Caso contrário, isso poderá deixar a planta suscetível à doenças e pragas. Cada espécie possui suas particularidades, então é necessário que você tenha claro que planta você têm.

 

Os gêneros mais conhecidos no Brasil são:

  • Dionaea: o tipo de planta carnívora mais popular, e possui apenas uma espécie, a Dionaea muscipula;
  • Drosera: com várias espécies, se caracteriza pela presença de pêlos em suas folhas, com uma substância que é a responsável de colar os insetos nas folhas e auxiliar na captura;
  • Nepenthes: é caracterizado pelos “jaros” nas pontas das folhas que são armadilhas com enzimas digestoras;
  • Sarracenia: possuem “jarros” como as plantas do gênero Nempethes, porém em formato de cone.

Geralmente o substrato ideal para plantas carnívoras é ácido e pobre em nutrientes, com boa drenagem, mas alta retenção de umidade. Podem ser usadas nas misturas para o substrato componentes como: pó de xaxim, areia, musgos, vermiculita e carvão vegetal. Não deve-se usar substratos já adubados, pois o excesso de nutrientes pode ser tóxico à estas plantas.  Assim como o substrato, a água das regas não deve ser rica em nutrientes. O ideal é usar a água da chuva para regar as plantas, devendo ser evitada a água da torneira, principalmente por conta do cloro, ou então deixar descansá-la durante 48hs.

A luminosidade também é um fator importante para as plantas carnívoras. A luz direta do sol a maior parte do dia possível é necessária à maioria, com exceção de algumas espécies como as Nepenthes. Sem a quantidade de luz necessária, é normal notar a perda da cor avermelhada em Dionaea muscipula ou mesmo a perda do tonalidade verde.  

A umidade é um item importante para as plantas carnívoras. Muitas plantas carnívoras precisam ser mantidas em estufas, mas os gêneros mais conhecidos no Brasil podem ser mantidos apenas com a umidade do substratos, porém protegidos de ventos. O substrato deve ser mantido úmido mesmo durante o período de dormência. É comum em algumas espécies a formação de reservas para a dormência nos meses de inverno, então não se preocupe se sua planta carnívora perder todas as folhas nesse período. As regas não devem ser interrompidas, porém reduzidas.

Como são exigentes em umidade e devem passar a maior parte do tempo expostas ao sol. As plantas carnívoras devem ser plantadas principalmente em vasos de plástico de cores claras, visto que o plástico não absorve umidade do substrato

Dionaea Muscipula – Foto: João F. J. de Mira

Dionaea Muscipula – Foto: João F. J. de Mira

A Dionaea muscipula é uma espécie que resiste muito bem ao calor, desde que não lhe falte água. Esta espécie apresenta dormência nos meses de inverno, e em regiões quentes faz-se necessário simular o inverno, sendo necessário apenas colocar o vasinho dentro de um saco plástico e colocá-lo dentro da geladeira. Além disso, é recomendada o corte das flores que surgirem, pois exigem muita energia das plantas. Um ponto importante é o cuidado com as armadilhas. As “boquinhas” chamam a atenção, mas deve-se evitar fechar as armadilhas desnecessariamente, pois a abertura e o fechamento das armadilhas requer energia da planta e pode levá-la à exaustão.

As espécies do gênero Drosera não são muito exigentes, geralmente basta mantê-las expostas à luz solar a maior parte do tempo que possível. Associada à este cuidado, a rega do substrato deve ser constante, sendo indicado o uso de “pratinhos” com água para mantê-lo encharcado.  No inverno, o pratinho deve ser retirado, pois é necessário que o substrato esteja menos encharcado durante a dormência da planta. Os pulgões são as principais pragas destas plantas, e para controlá-los, é possível fazer a coleta manual ou mergulhar a planta na água durante poucos minutos, no intuito de afogar os pulgões.  

Geralmente as Nepenthes se adequam bem à maior parte das regiões do Brasil, exceto aquelas de clima muito seco. Assim como  para as demais plantas carnívoras, a umidade é importante para as Nepenthes, mas nesse gênero deve-se tomar o cuidado para não encharcar o substrato. Visando manter o substrato mais aerado, aconselha-se a maior adição de areia na mistura do substrato. Além disso, deve-se usar vasos de cerâmica para conter o excesso de umidade, diferente das outros gêneros de plantas carnívoras. Quando plantadas em  jardins, as Nepenthes podem sofrer com o clima, e nesse caso, isso depende da sua região. Caso queira mantê-las no jardim, é necessário verificar quais são as espécies que resistem à mudanças drásticas no clima como geada e calor intenso, pois tais eventos podem matar a planta. Dentro de casa, é necessário oferecer luz às plantas, seja posicionando-as próximo à janelas ou pelo uso de lâmpadas. A incidência de luz solar é indicada numa média de 4h por dia.  Quanto à nutrição, a oferta de insetos normalmente já é suficiente para manutenção das plantas.

Nempethes – Foto: MacielS

As plantas do gênero Sarracenia  precisam de luz direta do sol pelo menos seis horas por dia, mas você deve atentar para a temperatura do substrato, visto que as plantas ficam expostas ao sol e as raizes destas plantas não tolera super aquecimento. Para solucionar este problema, você deve manter o substrato encharcado com água fresca e atentar para o tipo de vaso. Para o manejo de doenças, as folhas velhas devem ser arrancadas para evitar o surgimento de bactérias e fungos que se alimentam desse material e que possam causar danos as partes vivas. As  cochonilhas e ácaros são as principais pragas deste gênero. Indica-se arrancar as folhas infectadas, e em últimos casos, o uso de inseticidas, em razão da alta sensibilidade destas plantas à estes produtos.

Sarracenia – Foto: Jean-Pol GRANDMONT

 

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