Os gramados são empregados em diversas ocasiões, para fins paisagísticos, esportivos, recreação e como proteção para encostas e taludes. As gramas mais utilizadas para jardins no Brasil são: grama Batatais (Paspalum notatum Flüggé), a grama São Carlos (Axonopus compressus), a grama esmeralda (Zoysia japonica Steud.), e a grama Santo Agostinho (Stenotaphrum secundatum (Walter) Kuntze). As duas primeiras são muito utilizadas por possuírem crescimento lento e não demandarem manutenções frequentes, enquanto que as duas últimas apresentam comportamento inverso, necessitando mais atenção.   

Grama São Carlos

Grama batatais

Grama Esmeralda

Grama Santo Agostinho

 

 

 

 

 

 

A irrigação é um fator de importância para a manutenção da beleza dos gramados. Para serem mantidos “verdinhos”, os gramados não devem passar por falta ou excesso d’água, sendo que no primeiro caso, os gramados perdem a tonalidade verde de suas folhas, e ficam com aspecto murcho, chegando em alguns casos a enrolar as folhas. Em situações de seca extrema pode ocorrer queima de folhas.  Num cenário inverso, o encharcamento pode provocar a morte das raízes e incidência de fungos. A frequência e a intensidade das regas variará conforme a espécie utilizada, o tipo de solo (solos arenosos precisam de regas com mais frequência do que solos argilosos), época do ano (no verão as regas são mais frequentes do que no inverno) e clima local (regiões mais quentes ou com menor incidência de chuvas requerem mais regas).

Irrigação de gramado por aspersão

As primeiras horas do dia ou o período da noite são as melhores horas para regar o gramado, pois o solo ainda não foi aquecido pelo sol, fazendo com que a água evapore mais lentamente, melhorando o aproveitamento da água. Se não houverem chuvas durante o período, os gramados podem ser irrigados duas vezes por semana, com 10-15mm de água (cada 1mm equivale a 1 litro de água/m², ou seja, seriam de 10 a 15 litros de água/m²) Para uma rega precisa, é necessário que você saiba a vazão da sua fonte de água (mangueira, torneira ou caixa d’água), podendo ser medida pela contagem de tempo necessário para encher um recipiente de volume conhecido, uma garrafa pet de 2 litros por exemplo, seguida da divisão do volume conhecido pelo tempo gasto para encher o recipiente. Com esses dados em mãos é possível estimar o tempo que você precisará deixar a irrigação ligada, evitando assim desperdícios ou falta d’água.

A textura do solo é um fator que deve ser avaliado desde a instalação. Solos argilosos tendem a reter mais água que solos arenosos, o que pode ser prejudicial à respiração das raízes. Por outro lado solos arenosos requerem mais atenção quanto à fertilidade, pois perdem mais nutrientes por lixiviação, podendo ocorrer deficiências, principalmente de micronutrientes. Além disso, a textura de um solo influencia na ocorrência de compactação de áreas de tráfego de veículos e pisoteio, sendoos solos argilosos mais suscetíveis à compactação. A compactação do solo será um empecilho à infiltração da água, criando áreas alagadas ou encharcadas; à aeração do solo e ao crescimento das raízes, pois elas não conseguem crescer além da camada compactada e se limitam à superfície, limitando a área explorada pelas mesmas, diminuindo o acesso aos nutrientes.

Lembre-se de cortar no máximo 1/3 da altura da planta.

O corte é um dos manejos mais importantes para a manutenção da boa aparência do gramado e também o mais negligenciado. Cortes muito severos diminuem a área foliar da planta, reduzindo drasticamente a fotossíntese e chegam a matar a planta em alguns casos. Este choque enfraquece a planta, diminuindo suas reservas, e tornando a recuperação mais lenta. Para evitar tal choque, é necessário conhecer a altura de corte ideal da espécie implantada, e levar em consideração a chamada “regra do 1/3 “ que indica a redução de no máximo ⅓ da altura da planta, como por exemplo, uma planta tem 3 cm, logo sua altura final deverá ser 2 cm. Reduções maiores que ⅓, mesmo que sejam no intuito de alcançar a altura ideal do gramado, serão prejudiciais à saúde das plantas. Além desse cuidado, deve-se prestar atenção aos equipamentos. Verifique se estão bem afiados para evitar “mastigar” as plantas e deixar lesões, que são entradas para doenças e se estão bem limpos para que não sejam veículo de transmissão de doenças.

A frequência dos cortes varia segundo a espécie implantada, época do ano, adubação e clima. No verão, por exemplo, período em que há maiores temperaturas e incidência de chuvas, o crescimento dos gramados é mais rápido, exigindo cortes mais frequentes, sendo o inverso para o inverno. O uso de adubação nitrogenada, principalmente quando além do necessário, faz com que os gramados se desenvolvam mais rápido, sendo necessárias intervenções.

Após o corte, a retirada do material podado normalmente é necessária. Quando não retirado, o material podado formará junto à folhas e raízes mortas o chamado “colchão” que é uma camada de palhada que se forma sobre o solo, e que se muito espessa, pode impedir a passagem de água e ar, criar um ambiente propício para doenças, exceto em reduções de até 1cm de comprimento, que não requerem retirada do material da área. Por outro lado, a retirada do material podado representa a retirada de nutrientes do sistema, o que faz com que seja necessário repô-los via adubação. Desse modo, a frequência de cortes seguidos da retirada do material deverá ser levada em conta na hora de pensar a adubação, principalmente a adubação potássica.

É comum a instalação de gramados em cima de áreas aterradas ou terraplanadas, e normalmente as camadas do solo mais férteis foram soterradas ou retiradas, devendo-se proceder a correção da fertilidade. Adubações mal feitas, podem causar crescimento excessivo (excesso de nitrogênio), queima de folhas e deficiência de Cálcio e Magnésio (excesso de potássio). Já uma calagem em excesso pode provocar deficiência de micronutrientes. Em contraposição, uma adubação potássica adequada, está diretamente ligada à capacidade do seu gramado de resistir às oscilações do clima e ao pisoteio. Busque assistência técnica com um Engenheiro Agrônomo para garantir a melhor adubação e o seu gramado bonito e saudável.

Ferrugem em gramados

Durante os meses de outono-inverno, as espécies de gramados tipicamente plantadas no Brasil entram em dormência, ou seja, diminuem seu crescimento e focam no armazenamento de reservas. Para preparar o seu gramado para esse período, deve-se, à partir de março/abril, aumentar a adubação potássica, visando dar resistência às plantas, e diminuir a adubação nitrogenada, visto que o nitrogênio estimula o crescimento, o que durante o inverno não é interessante. Adubação nitrogenada em excesso durante este período também pode deixar as plantas mais suscetíveis à ferrugem, principalmente nas regiões de clima frio.

Além de problemas com nutrição, rega e poda, os cuidados com as plantas daninhas são fundamentais para a boa aparência do seu gramado. Elas surgem em ambientes em que a competição com o gramado as favoreçam. O primeiro passo para controlá-las é oferecer as melhores condições para o desenvolvimento do gramado, que ocupará todos os espaços. Para isso, deve-se manter o gramado bem nutrido e cortado na altura correta, o que permitirá o adensamento, inibindo a germinação das sementes das plantas daninhas.  Quando já há ocorrência de plantas daninhas, pode-se arrancá-las manualmente, para pequenas áreas, e quando em grandes áreas, pode-se utilizar controle químico sob auxílio de um Engenheiro Agrônomo. Tome cuidado com o uso excessivo de terra vegetal ou esterco curtido no seu gramado. Terra e adubo são coisas diferentes. Esses materiais são ricos em sementes de plantas daninhas. Cada vez que você os usa, estará trazendo mais invasoras para o seu gramado. Além disso na maioria das vezes não foi analisada  a composição daquele material.

 

Língua de Vaca no meio do gramado

Tanchagem no meio do gramado